sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mãe, esposa, profissional, empresária e amiga: mulher moderna

Ela é tudo isso e mais um pouco! As linhas a seguir jamais traduzirão toda sua essência, mas para quem não a conhece vão passar uma breve ideia da leveza e profissionalismo com que pauta sua vida; quem conhece, vai enxergá-la exatamente como é: sorte sua!

Estou falando da jornalista Paola Carlini (que por sinal é minha chefe). Nem todos acreditam em destino, mas o meu já estava traçado, e ela estava lá para me conduzir pelos caminhos profissionais. Nesses sete meses, tem me dado a oportunidade de crescer, e não tenho desperdiçado. A interrogo e observo, pois admiro a forma como encara o dia a dia, o trabalho, a casa, a família, o lazer...

Na entrevista de emprego, em uma quarta-feira, falou que iria entrevistar outras pessoas e na sexta daria o retorno, para início na próxima segunda. Naquela mesma noite de quarta me ligou dizendo: "Você começa amanhã, fui com a sua cara mesmo, espero não me arrepender". Hoje é ela que não vive sem mim...hehehe. "Puxa saquismos" e modéstias à parte, Paola é conhecida, respeitada, ótima mãe, esposa e hoje, minha amiga, adora dar uns conselhos para quem vive uma fase que ela já viveu.

Mal humor? Desânimo? Nunca vi. Às vezes estressada, mas nunca comigo (graças a Deus), mas convenhamos, em alguns momentos é preciso soltar o verbo, portanto, a irritação não é nada que mude seu tom.

Conheça um pouco mais dessa gaúcha, moradora de Cuiabá, na entrevista a seguir (que reproduzi do site do Sindicato dos Jornalistas de MT). As perguntas idealizadas por Keka Werneck entrarão para um livro em breve, que reunirá outros jornalistas do estado. Minha chefe estampada em páginas que futuramente serão fonte de pesquisa e história, registrando-a assim, na posteridade. Quem pode, pode, quem não pode corre atrás! Eu tô indo...





A Paola recém-formada em jornalismo e a Paola de hoje têm muita diferença entre elas? Quais?

Sempre fui muito determinada e intensa no que faço, sempre soube o quis e nunca deixei (nem meus pais) ninguém dizer que eu não podia fazer aquilo ou isso, que não tinha capacidade. A intensidade continua a mesma. Mas percebo ao longo dos anos que a recém formada era muito ideológica, era romântica, receio que todos saem assim dos portões principalmente de um UF. Hoje sou mais pragmática, mais centrada. E 10 vezes mais determinada. Se tem algo que carrego comigo, desde sempre, é o prazer e alegria de fazer o que faço, em tudo. Sou muito grata ainda em ter trabalhado em redação de impresso. Carrego a experiência de repórter. Até hoje, como pessoa e como profissional. Ter tido a chance de conhecer tantas histórias tão distintas me deu um senso de justiça que jamais poderia ter desenvolvido de outro modo.

O que leva um jornalista a montar a própria empresa?

Venho de uma família de empreendedores, meu avós, meu pai, sempre tiveram seu próprio negócio. E as coisas foram acontecendo, a princípio a empresa foi montada com quatro sócios, depois ficaram duas. No entanto, penso que só eu queria a empresa. Fui comprando a parte de cada um até a maior parte, como tenho hoje, mas tenho uma sócia, a Ana Assumpção, que começou como minha estagiária. Acho que a idéia de construir algo e ser reconhecida no que faço me move todos os dias. Apesar dos impostos, custos altos para micro empresa...enfim...

Diploma de jornalista tem algum valor? Para quê? Você defende ou não a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo?

Em absoluto, sou completamente favorável ao diploma. Defendo até o fim. Ué! Pra ser jornalista não tem que estudar? Rasgaram todos livros. Vamos fazer a revolta dos burros dos que acham que sabem escrever. Centenas de profissionais escreveram livros, publicaram teses, todos elocubram até hoje como se dá o processo Mensagem e Meio e vem um dizer que não tem que estudar pra isso! Só quem exercita todos os dias a arte de escrever e transmitir sabe o quanto é difícil levar uma idéia ou informação a determinado público.

A convergência das mídias traz mais benefícios ou prejuizos para a divulgação das ideias?

Penso que hoje vivemos uma revolução de opções de acesso à informação, que hoje são dispostas das mais diversas formas com imagem, texto e ilustração. E retroceder este cenário é com certeza restringir a divulgação das idéias.
Ano que vem tem eleições, você sempre vota? É contra o voto nulo? Haverá bons candidatos para votarmos?

Sempre voto e, como já trabalhei em várias campanhas eu avalio o candidato pela vida pregressa e pela consistência das propostas. Voto nulo totalmente contra. Pra criticar ou pedir e exigir tem que exercer seu poder de escolha votando! Ai ai...Bons candidatos, tá dificil! Gosto do perfil empreendedor de uns, já trabalhei pra eles. Mas honestamente não suporto o PSDB e nem quem tem mais de 20 anos no poder. Homem correto, que a sua maneira carregou uma bandeira e foi com ela até o fim foi o senador Jonas Pinheiro, trabalhei com ele e pude notar como este homem conhecia o Mato Grosso.

Você lê qual ou quais revistas? E por quê?

Leio os três jornais de MT e sites todos dias. Revista Época, porque preciso me inteirar de algo nacional semanalmente. Leio Você SA, por que, como empresária, preciso ler sobre gestão, investimento, RH, custos, administração enfim o que move a empresa. E Marie Claire, Vogue por que tenho clientes nesta área e adoro estas futilidades!!

Mato Grosso é um estado promissor ou uma parte disso é marketing?

Nunca tive dúvidas, desde a época em que era estudante, que era aqui que eu ia ganhar dinheiro! Parece ter conotação gananciosa esta minha frase. Mas pra mim é paixão! Gente, o que alimenta o PIB brasileiro? Vender manufaturado? Ou vender soja, algodão commodity? Onde isso é produzido? Em Mato Grosso! Eu que vim do Sul, na época em que meu pai se mudou pra Jaciara, início da década de 80, todos do RS já falavam que MT era a terra do desenvolvimento. O RS, apesar de ter milhares de agricultores, não tinha área pra plantar. O Centro Oeste tinha área de terra fértil, extensa e pronta pra trabalhar. Eu vivo aqui desde criança, sempre vivi em fazenda e vejo como isso transforma sua região. Tive a oportunidade de conhecer 96 municípios de MT, e não tenho dúvidas: o que se planta no interior gera emprego na cidade. Digo que o Estado cresceu em razão da produção agrícola, porque fiz dois anos de Assessoria pra Agrishow Cerrado 2005 e 2006 e tenho clientes na área de agro. Pude comprovar que a imprensa nacional só escreve sobre isso quando MT tem algo a falar, quando a produção vai bem, preço cai, preço sobe, chove ou há crise internacional. Quem diz o contrário ou não conhece a história onde vive, ou só conhece terra debaixo da unha, ou ainda é mais um alienado de esquerda que só fala de problema e não tem capacidade de apresentar solução.

Qual é o principal problema social no bairro onde você mora?

Depois que me tornei mãe - meu Deus como isso transforma a gente! - o que mais me revolta é o abandono das crianças, falta de escolas e principalmente de creches. Hoje ajudo algumas creches e, nós, da Ícone, assessoramos o Projeto Via Lactea, que ajuda mães carentes no processo de amamentação e deve se tornar o primeiro banco de leite de MT.

Qual das sete artes - literatura, pintura, música, teatro, escultura, dança e cinema - você mais aprecia?

Adoro ler, mas a Valentina ocupa todo o meu tempo de leitura, hoje eu leio pra ela. E adoro cinema. Mas a música define e inspira todas as etapas da minha vida.

Quando você sente cheiro de chuva, isso te lembra o quê?

Infância, felicidade..... Em Cuiabá .. alívio.....

Aborto é crime?

É ..se não quer ter filho, use contraceptivo. Óbviooooooo.

A família deve ser liberal ou autoritária?
Um misto dos dois. Pra ter direitos tem que ter deveres. A recompensa do cumprimento dos deveres é a liberdade, bem dosada. Fui educada assim e será como meus filhos serão educados.

Camisinha incomoda na hora da transa?

Não tem essa de incomodar: é fundamental.

A melhor matéria tem quais elementos?

O que, onde, como, quando, por que e uma aspas com uma boa dosada de provocação, na curiosidade do leitor em saber mais. Na comunicação corporativa, você tem que alimentar o repórter e por consequência o leitor de noticias que levem a outras.

Os jornais mentem quanto: numa escala crescente de 0 a 10?

Difícil e comprometedora. Falo com editores e repórteres todos os dias. Acho que não tem essa de mentira. O que ocorre são as “interpretações” levadas pela linha editorial.

Você é do tipo que se incomoda com tudo que anda errado ou mais desligada?

Me incomodo. No dia que parar de me chatear com o que vejo de errado,seja em um buraco na rua ou um escândalo político, me interna porque não tô bem!

Qual é o mal deste século?

A Intolerância e o egoísmo em todas as escalas.

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